Ao olhar para a televisão nos últimos dias dei comigo a perguntar: E se fizessem um referendo para saber se os portugueses queriam voltar aos velhos tempos do Estado Novo? Qualquer coisa como: “Concorda com o regresso ao Estado Novo se realizado por vontade do povo, em país saudoso e legalmente autorizado?” Será haveriam dúvidas quanto à pergunta? Seria considerado um crime? Mas essencialmente, será que aí sim ganharia de certeza o SIM? Se calhar…
Afinal quem são as pessoas que vão votar NÃO à despenalização do Aborto? “Aposto” que serão todos os que votaram em Salazar e o fizeram chegar aos 10 primeiros dos Grandes Portugueses (que já serão bastantes), mais uns poucos que talvez até nem apreciem muito o senhor e outros que não têm conhecimentos suficientes na matéria para o poderem apreciar. Regra geral são pessoas conservadoras ou fieis seguidores de uma religião, pois então “Deus, pátria e família” encaixa que nem luva, ou não?
Ouvi dizer como defesa ao argumento de que todos os países da Europa já despenalizaram o aborto como sinal de evolução e se torna cada vez mais claro que Portugal terá também de seguir esse caminho, que não devemos andar a “reboque” dos outros. Fez-me logo voltar ao passado e lembrar-me da época da descolonização, em que também não andámos a “reboque” dos outros e quando todos já tinham liberto as suas colónias, Portugal ia mantendo por muito mais tempo as suas províncias ultramarinas. Não nego a inteligência do senhor, ninguém o pode fazer. Mas o que eu gostava é que esses tempos fossem tempos idos, mas não são.
Pode até ser exagero meu, mas na realidade o que isto reflecte é a dificuldade que nós portugueses temos em dar um passo em frente. Algo que não parte apenas do povo pois na minha opinião a despenalização já deveria ter sido aprovada na Assembleia da República em vez de andarmos a gastar dinheiro público com referendos e suas campanhas.
Em tão curto espaço de tempo duas provas tão claras de saudosismo do Estado Novo, do conservadorismo e dos tempos em que o Estado interferia "descaradamente" na vida e nas escolhas pessoais dos seus cidadãos.
Afinal quem são as pessoas que vão votar NÃO à despenalização do Aborto? “Aposto” que serão todos os que votaram em Salazar e o fizeram chegar aos 10 primeiros dos Grandes Portugueses (que já serão bastantes), mais uns poucos que talvez até nem apreciem muito o senhor e outros que não têm conhecimentos suficientes na matéria para o poderem apreciar. Regra geral são pessoas conservadoras ou fieis seguidores de uma religião, pois então “Deus, pátria e família” encaixa que nem luva, ou não?
Ouvi dizer como defesa ao argumento de que todos os países da Europa já despenalizaram o aborto como sinal de evolução e se torna cada vez mais claro que Portugal terá também de seguir esse caminho, que não devemos andar a “reboque” dos outros. Fez-me logo voltar ao passado e lembrar-me da época da descolonização, em que também não andámos a “reboque” dos outros e quando todos já tinham liberto as suas colónias, Portugal ia mantendo por muito mais tempo as suas províncias ultramarinas. Não nego a inteligência do senhor, ninguém o pode fazer. Mas o que eu gostava é que esses tempos fossem tempos idos, mas não são.
Pode até ser exagero meu, mas na realidade o que isto reflecte é a dificuldade que nós portugueses temos em dar um passo em frente. Algo que não parte apenas do povo pois na minha opinião a despenalização já deveria ter sido aprovada na Assembleia da República em vez de andarmos a gastar dinheiro público com referendos e suas campanhas.
Em tão curto espaço de tempo duas provas tão claras de saudosismo do Estado Novo, do conservadorismo e dos tempos em que o Estado interferia "descaradamente" na vida e nas escolhas pessoais dos seus cidadãos.
Agora só faltava mesmo Salazar ser o vencedor do concurso dos Grandes Portugueses e o Não ganhar no referendo. É tudo uma questão de votos, resta esperar para ver e a ver vamos!
4 comentários:
"Ó no tempo do Sr. Salazar é que era, grande homem, encheu os cofres do Estado e afastou Portugal da 2ª Guerra Mundial".
Esquecem-se à custa de quê é que o SENHOR TODO MARAVILHOSO conseguiu encher os cofres... famílias a dividirem uma sardinha e Salazar a compactuar de forma passiva com Hitler. Por alguma razão os cofres de portugal estavam cheios de ouro judeu e o magnífico Aristides de Sousa Mendes morreu na miséria por passar vistos aos judeus para entrarem em Portugal (ou passarem por cá para irem para a América).
De vez em quando, na tv ou na rua, lá ouço uma voz a suspirar "fazia falta um novo Salazar para pôr isto tudo na ordem.."
Acredito que haja muitos saudosos. Lembremo-nos que nem todos eram censurados ou perseguidos. Há (ou houve) muita gente que fez negócio e viveu bem à custa do regime de então.
Mas não acredito que seja a maioria. Estou convicto que a larga maioria tem noção do que representou Salazar e o Estado Novo.
Penso que, acima de tudo, seja uma questão de maneira de ser. Somos maioritariamente pessimistas. Olhamos mais para as coisas más do que para as boas. Basta ver as notícas e as capas dos jornais: as pessoas querem sangue, desgraças, estórias tristes...
Por isso é natural que se lembrem e votem num dos piores políticos de sempre.
Quanto ao não andarmos para a frente: sempre fomos assim. Há 500 anos já Camões descrevia, da forma brilhante que se sabe, a personalidade do português, personalizando-o no Velho do Restelo.
Como alguém disse no 1º debate do Prós e Contras sobre o referendo, "orgulhosamente sós" (e todos sabemos quem dizia isto)...
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(Pulsações/min)
Senhor doutor, já passaram 40 min vamos dar o Sr. Blog HorizontesII como morto... ih ih ih
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