sábado, setembro 09, 2006

Mil palavras...


Bem sei que nunca tinha colocado uma imagem no meu blog, bem sei que desenhei sempre as minhas ideias em textos. Mas agora, e como há fotografias que falam falam falam e dizem muito mais que mil palavras, decidi criar uma nova alternativa de comunicação. Apreciem...

Palavras para quê? Há tardes assim...

terça-feira, agosto 15, 2006

Fechado para férias

Passamos o ano inteiro a queixar-nos da falta de dinheiro, da falta de saúde, da falta de investimento no país, da falta de médicos e hospitais, da falta de governo, da falta de tudo. Para depois chegar Agosto e concluirmos que afinal é tudo psicológico.
Afinal falta o quê? Em Agosto, falta é espaço na mala para pôr todos os adereços e partir rumo ao Algarve ou outro destino qualquer com praias "à mão". E seja o que Deus quiser! E eu que nem sou lá grande religiosa...
Em Agosto não há tempo para adoecer ou ter crises nervosas ou financeiro-existenciais. Pior! Não podemos mesmo tê-las. É que as instituições de saúde estão fechadas para férias e os médicos há muito que partiram rumo a um mundo melhor e à procura de descanso (bem merecido em alguns casos). Portanto quem adoecer em Agosto tem de ter paciência e esperar até Setembro.
Também não se pode abusar muito da cafeína nesta altura, nem dos bolos, nem dos petiscos. Não, não é para evitar uma crise nervosa, de estomago ou o aumento do colestrol e depois ter de aguentar um mês pelo regresso do médico e pela abertura da instituição de saúde, é mesmo porque não há onde sequer tomar uma bica. Os cafés, pelo menos em Lisboa, estão todos fechados. Tudo bem, não são todos, são quase todos. Há uns dois ou três que esperam um bocadito até Setembro, ou têm empregados suficientes e com força de vontade suficiente para resistir à fuga de Agosto e até dá para manter o estabelecimento aberto. Sorte a nossa, mas essas são apenas pequenas excepções.
Em Agosto Lisboa vai de férias, e nem há o cuidado de tentar conciliar as férias uns com os outros. Fecham todos e não há nada. Não há respeito, não há café, nem bolinhos, nem bifanas, nem negócio. Mas crise? Que crise? Não há crise nenhuma, vamos é para férias e aproveitar bem o sol. É que depois nos meses seguintes voltamos às lamurias e choradinhas. Mas nessa altura já os médicos cá estão, e os cafés reabriram e temos as begecas e o tintinho para animar. E em Agosto lá vamos nós todos outra vez!

Só uma palavrinha…

Depois de tantos meses de falta de vontade, falta de inspiração e até, imagine-se, falta de tempo, decidi reanimar o blog já meio moribundo e ver no que isto vai dar.
Podem comentar, não tenham medo. Pelo contrário, sintam-se à vontade de expressar toda as ideias, tenham elas a forma que tiverem. Aliás se sentissem obrigação de o fazer, então isso é que era!
Mas vamos ao que interessa, vamos lá começar de novo…

segunda-feira, abril 24, 2006

O Primeiro Dia

A princípio é simples anda-se sozinho
Passa-se nas ruas bem devagarinho
Está-se no silêncio e no borborinho
Bebe-se as certezas num copo de vinho

E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida


Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
Dá-se a volta ao medo dá-se a volta ao mundo
Diz-se do passado que está moribundo
Bebe-se o alento num copo sem fundo
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
Entra-se cansado e sai-se refeito
Luta-se por tudo o que leva a peito
Bebe-se come-se e alguém nos diz bom proveito
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vem cansaços e o corpo frequeja
Olha-se para dentro e já pouco sobeja
Pede-se o descanso por curto que seja
Apagam-se duvidas num mar de cerveja
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio

Enfrenta-se a vida de fio a pavio
Navega-se sem mar sem vela ou navio
Bebe-se a coragem até dum copo vazio
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
E outra maré cheia virá da maré vaza
Nasce um novo dia e no braço outra asa
Brinda-se aos amores com o vinho da casa
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Letra de Sergio Godinho

domingo, abril 23, 2006

A um Deus desconhecido...

À primeira vista não considero que ver televisão seja pecado. Embora este passatempo não abone muito a favor do desenvolvimento cerebral, não devemos ter o acto como algo proibido, apenas podemos tentar aplicar o nosso tempo em coisas que nos tragam mais benefícios. Tambem não acho que devemos proibir as crianças de ver televisão, apenas ensiná-las que para além disso têm outros passatempos que serão com certeza bem mais divertidos.
Por isso mesmo achei um exagero a proposta de um bispo norte americano que ver muita televisão passasse a ser considerado pecado e que, imaginemos, por cada duas horas de visualização, os crentes tivessem de se ir confessar a um padre e receber a devida punição para se redimir. Não seria bem isto, seria algo parecido.
Porém, e embora continue a achar o que acabo de escrever, apercebi-me ao ver um programa chamado Prazer dos Diabos na SIC Comédia (o qual recomendo) que a televisão pode na realidade representar péssimos valores, pode representar os piores valores do ser humano, dignos de serem considerados pecado. Embora perdoáveis a quem assiste, deveriam ser imperdoáveis a quem tira qualquer lucro da transmissão de certos acontecimentos, que apenas envergonham os canais televisivos que o fazem e principalmente os seus directores. Passo a explicar…
Há um canal de televisão que nos últimos tempos em muito se tem esforçado por divulgar e promover os piores comportamentos do ser humano. Entre outros, a má relação que mantem com os animais. Estou a referir-me à TVI e aos seus programas Circo das Celebridades e Morangos com Açúcar. O primeiro ajuda a divulgar um espectáculo que se apoia entre outras coisas, no sofrimento de animais para animar plateias, um comportamento que se manteve estático desde há mesmo muito tempo. Desde sempre que se aplaude o sofrimento alheio! O segundo dirige-se às gerações mais novas, crianças e adolescentes, ou seja, as gerações que estão naquela fase em que absorvemos tudo o que nos rodeia sem distinguir muito bem o certo do errado, uma fase crítica em que se forma a nossa personalidade. Ora tendo isto em conta, será correcto um programa de televisão ter grande parte dessa responsabilidade? Numa altura em que se sabe que os jovens passam mais tempo em frente à televisão que a conviver entre si? Pior! Será correcto promover nessa série, que em tanto influencia os jovens, um espectáculo violento como a tourada?
Embora tudo isto seja grave, pior que não respeitar os animais é não respeitar as pessoas. E com vista ao enorme lucro que isso iria trazer e trouxe com certeza, passar em directo durante uma tarde inteira o funeral de um jovem actor de 22 anos. Podemos aqui argumentar que também foi transmitido em directo (e eu até comentei o acontecimento no “Horizontes” do MSNSpace) o funeral de Álvaro Cunhal, por exemplo. Mas tratava-se de uma pessoa que faleceu com 91 anos e que dedicou muitos desses anos ao país. Foi uma homenagem que o povo lhe fez. No caso do jovem actor Francisco Adam, não foi uma homenagem, porque não faria sentido, foi uma exploração, exploração de uma morte trágica, e do sofrimento de muitas pessoas, dos colegas, dos amigos, da família. Uma transmissão que até teve intervalos com publicidade dirigida ao público jovem. Nem quero imaginar a negociação dessas empresas com a estação de televisão para passar a sua publicidade durante esse “espectáculo” com tanta audiência, deve ter sido dos mais tristes dos cenários. Logo a seguir a essa transmissão, ainda foi possível descer mais baixo e passar um episódio da série onde ainda aparece o jovem actor, num horário que nem sequer é o habitual.
É verdade que vivemos numa sociedade de consumo e que se vão perdendo muitos dos valores humanos, mas ainda custa a aceitar que até a morte, por mais trágica que seja, possa ser um negócio. E se é azar para uns, parece que é uma grande sorte para outros.
Realmente a televisão pode ser um grande pecado. E nestes casos, se o não é para o Deus destas pessoas, que o seja algures perante um qualquer outro Deus.

sábado, abril 08, 2006

Piratas do Cybermundo

Hoje em dia já não é preciso usar pala no olho, ter uma perna de pau e nem ter cara de mau para se ser um pirata. Basta ter um computador, um servidor de internet, um programa de partilha de ficheiros e... não ter muito dinheiro. A partir de agora todas as pessoas que sacam músicas, filmes, fotografias, seja o que for da internet, são umas criminosas e descobriu-se recentemente que estão a destruir a indústria discográfica portuguesa. Pelo menos essa é a industria que mais se tem declarado como quase falida devido a esse crime horrendo. E começam até a desaparecer os tambores e pratos das baterias dos pobres bateristas portugueses. Mea culpa!
Eu confesso que me senti mal ao ver artistas que tanto admiro, dizer que os estamos a prejudicar, é que eu até estava actualmente a sacar coisas desses mesmos artistas. Eu lamento isso, mas será que eles sabem que tenho de comer? É que se me puser a comprar todos os cds e dvds que gostaria de ter, não sobra rendimentos nem para uma carcacinha!
Tantas indústrias estão a falir devido à falta de poder de compra dos portugueses e devido à crise (esta maldita crise que não se vai sabe-se lá porquê), porque que não acusam esse problema de ser também o causador da falência desta? Só porque arranjámos alternativas para continuar a consumir os seus produtos? É que não estou a pensar começar a gastar todos os meus rendimentos em cds ou dvds. Se não poder obtê-los através da Internet, simplesmente terei de os deixar de consumir, e voltar aos bons velhos tempos da rádio (que bom para os donos das rádios, mas não para os artistas portugueses, pois eles lá não passam muito disso! Será que a culpa também é nossa?), ou ficar a ver os canais musicais da tv cabo.
Lamento, mas não posso comprar todos os vossos cds, Srs. Artistas! Talvez fosse melhor falarem com os que ficam com a diferença que vai entre os 0,50 euros dum cd saído da fábrica e os 15 euros com que surgem nas lojas. Ou então pedir ao governo para baixar o IVA, que já ajudava bastante. Ou isso ou passarei a sacar as coisas da internet com uma meia na cabeça, para não ser reconhecida.

quinta-feira, março 16, 2006

Aqui entre nós...

“(…) Hão te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acho normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, arrefinfa-lhe o Bruce Lee, arrefinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o euroscópio, dois ou três ofeneologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas!(…)”*

Este texto parece tão actual não é? Mas não é, foi escrito por José Mário Branco em 1979. O que é que mudou desde então? Notam evoluções de lá para cá? Afinal o que se fez desde o 25 de Abril até hoje?
Já vem do tempo da ditadura a excelente medida de entreter o povo com Futebol, com peregrinações a pé ou televisivas a Fátima ou ao som do Fado. O Fado, infelizmente, entrou em declínio, Fátima vai-se perdendo ao longo das gerações mas o futebol... O futebol é óptimo para adormecer, não há revoluções que resistam. Quanto ao resto, é ler e comparar! Dá que pensar…

*Excerto retirado do texto FMI editado originalmente em 1982, e reeditado em 1996 em Ser Solidário.

quinta-feira, março 09, 2006

Ai Portugal, Portugal...

Portugal, um país com bastantes tradições bem características, rico em paisagem natural, com uma temperatura de fazer inveja a muitos países cinzentos, e com uma riquíssima variedade de espécies animais, ou seja, com tudo para ser um pais rico e desenvolvido, é nos dias de hoje, um país pobre e pequeno, praticamente de 3º mundo que está na cauda da Europa. A paisagem natural vai ardendo de ano para ano, e a maior parte das espécies animais já está extinta.
Portugal é um país que abandona a sua riqueza cultural para adoptar as culturas de outros países, celebrando com muito gosto e alegria um Carnaval à brasileira, um dia de S. Valentim americano e um Natal Coca-Cola que nada tem a ver com a sua original base cristã, adoptando um Natal tipicamente pertencente aos Estados Unidos da América, país que a nível histórico pouco ou nada tem para contar. Assim como abandona a sua riqueza cultural, abandona também a sua riqueza linguística. Embora tenhamos uma das línguas mais bonitas, complexas e de maior riqueza gramatical, nos dias de hoje é bem mais fashion usar termos estrangeiros, geralmente termos ingleses. Sendo que estes aparecem em frases sem sequer serem postos entre aspas (era o mínimo!), é como se fizessem parte natural do nosso vocabulário. E é comum nas empresas observar os grandes empresários nas suas importantes reuniões falarem com toda a convicção em fazer brainstorming ou refreshings, out sourcing ou franchising, resta saber se dominam assim tão bem o português. É que pelo menos os jovens, que tanto insistem em usar o inglês, principalmente na Internet mesmo quando apenas se estão a comunicar com portugueses, não parecem ter qualquer conhecimento sobre a própria língua, dando erros dignos de rir ou chorar, dependo da prespectiva, quando fazemos o resumé dos resultados das provas globais de português.
Que actualmente não nos dêmos ao trabalho de traduzir as expressões que vêm de fora ainda vá (por muito mau que seja), agora substituir as expressões portuguesas por inglesas é que custa a perceber. Deixamos por exemplo de ver toneladas de novelas brasileiras em horário nobre para passar a ver toneladas de novelas brasileiras e portuguesas (de qualidade duvidosa) em prime-time. Mas infelizmente o uso de termos estrangeiros não fica por aqui, os politicos, os intelectuais, os homens com poder financeiro, todos passaram a usar estrangeirismos com tanta frequência como a que falam e aparecerem na televisão, e depois culpamos os jovens por não saberem falar português. Eles não sabem, é verdade, mas afinal de quem é a culpa?
Resta-nos os campeonatos europeus e mundiais de futebol para nos fazer lembrar que somos portugueses. Não somos Brasileiros nem Espanhóis, não. Somos portugueses, falamos português e temos a nossa própria cultura, pelo menos por enquanto…

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

O hábito faz-nos o gosto

Tudo em nós são hábitos e isso é possível ver em muitas das pequenas coisas do nosso dia a dia, aquele dia a dia a que tanto estamos habituados…
Ouvimos uma música que não gostamos, cantada por um outro artista, ou não, e passamos a gostar, estávamos era habituados a não gostar dela cantada pelo outro, e porque nos habituámos que esse artista não presta. Dificilmente podemos mudar horários ou alterar trajectos porque já estamos habituados aqueles de todos os dias. Destruímos o nosso organismo porque nos habituámos a fumar e a beber e a fazer outras coisas da mesma família e habituamo-nos a perceber que isso mata os outros à nossa volta, mas os outros também já estão habituados a que os façamos sofrer. Casamos e mantemos relações com outras pessoas durante vidas inteiras porque nos habituámos aos seus hábitos. Partilho coisas com amigos a que me acostumei partilhar. Habituamo-nos a gostar de quem gostamos… Mantenho o mesmo emprego porque me habituei aos colegas, ao trajecto, aos cheiros, a tudo. E como é bom depois chegar a casa e ligar a TV por puro hábito, nem que seja para dormir em frente dela.
Não me habituo a dormir quando tenho sono. Não me habituo a dormir sem ouvir um pouco de música, sem vir navegar com os meus amigos, ou não. Habituei-me a escrever em blogs e não deixo este hábito. Se estou habituada a deitar cedo, não me mantenho acordada após as 10, se não me habituei a esse hábito que é o mais comum e “saudável”, não consigo adormecer. O nosso organismo habitua-se a habituar-se às circunstâncias, a tomar as refeições a certas horas e não aguento a tanta fome que tenho, mesmo que esteja mais que habituada a saber que em Africa sim se passa fome e que os seus organismos se habituaram a não se habituar a nada. Habituados que estamos a lamentarmo-nos, não há alegria que nos alegre, não me habituo a ver-me feliz.
Os vícios são hábitos e nós somos tão viciados nos hábitos que por vezes nos habituamos a ser assim simplesmente por hábito!

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Aqui entre nós...


Para que não restem dúvidas aqui fica o link com a listagem de empresas que testam e as que não testam em animais. Assim tornar-se mais facil escolher os productos a comprar...

http://www.lpda.pt/01campanhas/listagem_empresas.htm

Graças ao boicote dos consumidores, empresas como a Gilette optaram por deixar de testar os seus productos em animais. Se resulta porque não começarmos todos a boicotá-las? Assim provamos como o Barato sai caro!

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

A ocidente nada de novo

Porquê que os Muçulmanos passam a vida a cometer actos de violência contra os ocidentais? Será porque no fundo os odiamos, arrebentamos as suas terras com bombas, queremos roubar-lhes as suas riquezas naturais e recentemente demonstrámos o nosso total desprezo para com a sua cultura e religião?
Esta questão deve parecer familiar a muitos. Todos aqueles que acham que os actos de violência que os muçulmanos têm recentemente cometido contra as embaixadas dos países daqueles que acharam que seria “engraçado” caricaturar o seu profeta, não passam de fundamentalismos e extremismos. Mas continuaremos a achar isso se nos lembrarmos da actual situação de guerra em que se encontra o ocidente e o oriente. É que a intenção daquelas caricaturas, bastante ofensivas e agressivas por sinal (aconselho a ver antes de acusar de extremismo as atitudes de resposta), não é assim tão inocente. Aliás não é NADA inocente.
Mas o pior é que a história não acaba aqui, e começam então outros países, que também foram para terras muçulmanas ao lado dos aliados EUA para combater o "mal", a fazer caricaturas das caricaturas e depois caricaturam o caricaturado, caricaturando por aí fora até ver onde tudo isto vai parar. Mas será que algum dia irá parar?
Estas notícias trazem “ao de cima” a questão da liberdade de expressão que todos temos uns sobre os outros para ofender à vontade, e que neste caso especifico deve ser associado à liberdade de explosão que o ocidente tem sobre o resto do mundo, desde que achem por bem mandar com bombas e rebentar com tudo. Hiroshima e Nagasaki não me deixam mentir…
Enquanto via no outro dia o telejornal, ouço a opinião do cardial patriarca de Lisboa D. José Policarpo sobre este tema, dizendo que a liberdade de expressão pode por vezes ofender, mas os orientais têm uma forma de se mostrar ofendidos bem mais violenta que os ocidentais. Mas, ironia do destino… ou dos telejornais, essa opinião surgia logo a seguir à notícia do vídeo amador onde aparecem soldados britânicos a espancar um grupo de adolescentes iraquianos por se manifestarem pacificamente e na sua própria terra. Que inofensivos que nós somos…
Para mim a questão que se levanta com tudo isto é a mesma de sempre, a facilidade de odiar, mal tratar, acusar os outros quando os outros... são diferentes de nós.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Onde é que pára a crise??

Já todos ouvimos falar numa certa crise que anda por aí... Mas afinal... Onde é que ela anda?
Eu não sei! O que é certo é que dizem que todos os portugueses são vitimas dessa tal crise, mas deve ser rara a sua vítima que não tenha um telemóvel da ultima geração.
Li recentemente num jornal que os portugueses ao comprar os seus bens de 1ª necessidade ficam logo sem ordenado. Ora se há pessoas a considerar o telemovel como indispensável, estarão a incluir lá o ultimo que compraram? E será de 1ª necessidade que tenha câmara, maq. fotográfica, toques polifónicos, mp3, etc e tal... mesmo que não saibam usar nada disso?
Comecei também a reparar nas matrículas dos automóveis e notei que muitos são de 2003/2004, e últimos modelos das respectivas marcas. Mas nesses anos já não estavamos sob a famosa e misteriosa crise? E as férias em hoteis de luxo no verão? E a ida semanal e meio aparvalhada ao centro comercial? De onde trazem inumeros sacos cheios de bens de 1ª necessidade, ou seja, roupas de marca que é para não ficar mal entre os amigos? Eu acho que portugal está bem e recomenda-se. Viva e gaste à vontade que não há crise nenhuma! Era uma crise intestinal ou de estômago mas já passou! Ou então é só para alguns... muito poucos... chhhhiiuuuu!
Quem está em crise é a crise e ainda nem deu por isso. Como diz o outro: É a crise!